domingo, 16 de março de 2014

um coração pleno saído do coma

Hoje vim cá ver se este coração ainda batia. Dar-lhe uns amassos, uns assobios, fazer-lhe umas festas quentes que te chegassem sob a forma doce de um mimo.

Deixámos que anos passassem cedendo sempre à tentação de carregar no botão que silenciosamente nos pedia que o cancelássemos. Ou teria sido a preguiça, que depois nos trouxe o esquecimento.

Hoje fazes anos, e fazes anos longe. Onde o meu abraço não chega sob a forma de calor e pele.

Gostava de te poder explicar a falta física que esta distância me traz. mas penso que a sabes tão bem quanto eu. Talvez melhor até. Não na dor, que essa será apenas uma, mas na multiplicação de pequenas dores, que fazem dela um pequeno monstro de saudades.

Dediquei-me a ler nos últimos minutos, as páginas dos meses que construíram este espaço. As forças que nos levavam a escrever, as circunstâncias que tudo mudaram, mesmo elas próprias.

E a dificuldade que é escrever depois de anos sem o fazer. (Republicar conteúdos passou a adormecer cérebros é a triste conclusão a que chego :-) A construção estética deixou de ser activa, passou a limitar-nos a cliques que encaminhem textos, vídeos, imagens que de nosso nada mais têm que um mísero 'gosto'.)

anyways...

Queria hoje poder dar-te este sorriso quente. Que o tivesses quando lesses isto (será que o farás?!)

Expressar-te as saudades que te tenho. O orgulho que te tenho. Aquele calor de poder encontrar em ti outra parte de mim. Aquela que me acalma tormentos de alma, que me afaga o coração quando ele mais dói. Que se ri desalmadamente com parvoíces tolas e me faz sentir que nada de bom vem por querermos coisas depressa demais. Partilhar a tua pessoa. Ter-te conhecido, poder fazer parte da tua vida é um privilégio que sinto com absoluta gratidão.

Sentir-te por perto é coisa que só me faz sentir melhor pessoa.

Obrigada








quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Comé??

Vamos animar isto??

domingo, 11 de abril de 2010

Noite de divórcio

"E chega o dia, a noite, a hora em que nos separamos. Não é algo premeditado, embora já tenha começado há muito tempo. Foi aos poucos que fomos levados a um lugar de onde já não podemos regressar ilesos. Não há uma causa. É díficil dizer porquê. Claro que se pode sempre compor uma história, em particular que nos defenda de qualquer crime, que justifique um e outro irrisório pecado. Esperamos que um bom amigo nos ouça com atenção, aceite a nossa mentira e diga: é triste, mas teve que ser, não havia mais caminho."
P. Paixão, O mundo é tudo o que acontece

sexta-feira, 26 de março de 2010

Adeus

"I've had to say goodbye more times than I would have liked. But, everyone can say that. And no matter how many times we do it, even when it's for the greatest good, it still stings. And though we'll never forget what we've given up, we owe it to ourselves to keep moving forward. What we can't do is to live our lives always afraid of the next goodbye. Because, chances are they're not going to stop.
The trick is to recognize when a goodbye can be a good thing. When it's a chance to start again."
 
Tirado daqui

quinta-feira, 25 de março de 2010

Expropriação da dor

Vou expurgar os meus males
através do meu corpo vendido ao prazer.
Suá-los nos movimentos ritmados
pelo som dos suspiros.
E a desgraça sairá de mim
à medida que a minha respiração ficar mais ofegante,
até ser totalmente expulsa ao grito do êxtase final.

Vou depurar o meu sofrimento
através de uma loucura descontrolada.
Dizer que não e ser eu a avançar.
Estar contigo só porque sim,
dar-me a ti que já conheces o mapa do meu desejo.
Usar-te para que tudo o que está preso há anos saia
Só para me sentir mais mulher, só para me sentir desejável.

Posso expurgar em ti os meus males?
Posso abusar de ti, em todos os lugares onde fomos nós?
Voltar atrás num movimento de anca, num gesto...
E quando os nossos corpos pedirem descanso
vestir-me, sorrir, dizer-te adeus e obrigada.

Não ando cá para sofrer, mas para viver

Na minha vida tive palmas e fracassos

Fui amargura feita notas e compassos
Aconteceu-me estar no palco atrás do pano
Tive a promessa de um contrato por um ano
A entrevista que era boa
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida tive beijos e empurrões
Esqueci a fome num banquete de ilusões
Não entendi a maior parte dos amores
Só percebi que alguns deixaram muitas dores
Fiz as cantigas que afinal ninguém ouviu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Adeus tristeza, até depois
Chamo-te triste por sentir que entre os dois
Não há mais nada pra fazer ou conversar
Chegou a hora de acabar

Na minha vida fiz viagens de ida e volta
Cantei de tudo por ser um cantor à solta
Devagarinho num couplé pra começar
Com muita força no refrão que é popular
Mas outra vez a triste sorte não sorriu
E o meu futuro foi aquilo que se viu

Na minha vida fui sempre um outro qualquer
Era tão fácil, bastava apenas escolher
Escolher-me a mim, pensei que isso era vaidade
Mas já passou, não sou melhor mas sou verdade
Não ando cá para sofrer mas para viver
E o meu futuro há-de ser o que eu quiser

Adeus Tristeza, até depois
Fernando Tordo

quarta-feira, 17 de março de 2010

A mola do fundo do poço

Andei durante uns tempos a cair no poço. Todos os dias caía um bocadinho. Há uns dias decidi que se era para cair, ia ser definitivo, então atirei-me. Mas mesmo no fundo desse poço havia um trampolim! Assim que lhe acertei, foi ver-me subir, subir, e regressar à superficie mais depressa que a queda. E não é, que quando pousei os pés no chão, tinha voltado a fazer sol? E até já cheirava a primavera...