quinta-feira, 25 de março de 2010

Expropriação da dor

Vou expurgar os meus males
através do meu corpo vendido ao prazer.
Suá-los nos movimentos ritmados
pelo som dos suspiros.
E a desgraça sairá de mim
à medida que a minha respiração ficar mais ofegante,
até ser totalmente expulsa ao grito do êxtase final.

Vou depurar o meu sofrimento
através de uma loucura descontrolada.
Dizer que não e ser eu a avançar.
Estar contigo só porque sim,
dar-me a ti que já conheces o mapa do meu desejo.
Usar-te para que tudo o que está preso há anos saia
Só para me sentir mais mulher, só para me sentir desejável.

Posso expurgar em ti os meus males?
Posso abusar de ti, em todos os lugares onde fomos nós?
Voltar atrás num movimento de anca, num gesto...
E quando os nossos corpos pedirem descanso
vestir-me, sorrir, dizer-te adeus e obrigada.

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