Estavas de pé, sozinho, a fumar. Foi um choque ver-te assim, sozinho, vestido com um fato (tu que detestas gravatas). Um nó apoderou-se das minhas cordas vocais, respirei fundo para conter um choro que sabia que não querias.
Ainda não tinha chorado, e para ser sincera era a primeira vez que tinha vontade. A tristeza que sentia era esquisita, faltava-me alguém que nunca tinha tido de verdade. Nem por vontade dele, nem minha. Mas a maior porção dessa tristeza era por tua causa. Tinhas ficado órfão, o teu irmão estava a milhares de quilómetros e continuavas a não deitar uma lágrima. Substituí-a-las por cigarros, uns atrás dos outros. Rejeitavas quaquer gesto que pudesse dar-te vontade de mostrar o que realmente estavas a sentir. E no fim, ainda te viraste para mim e para o Pedro: "não estejam assim".
Passaram 3 semanas e tornaste-te a personificação da dor. E eu não consigo ajudar-te a sentires-te melhor. Sinto-me tão impotente... Queria poder agora dar-te a mão, como fazias quando eu era pequena, e ajudar-te a encarar a vida de frente. E tal como me ensinaste a enfrentar tantos medos, ensinar-te que ainda há tanto para viveres.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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2 comentários:
:-)**
Sinto me impotente perante palavras assim...
...mas de coração cheio pela carga emocional que transmitem*
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